RESULTADO DO "VIAGRA FEMININO" DESAGRADA AGÊNCIA NORTE-AMERICANA

O resultado da ação de uma pílula rosa desenvolvida para aumentar a libido em mulheres -a mais recente tentativa da indústria farmacêutica de encontrar um equivalente feminino do Viagra- ficou aquém do esperado em dois estudos, segundo relato de reguladores federais da saúde dos Estados Unidos nesta quarta-feira.

A FDA (órgão que fiscaliza alimentos e medicamentos nos EUA similar à Anvisa) está avaliando a droga flibanserin, do laboratório farmacêutico alemão Boehringer Ingelheim, para mulheres na pré-menopausa que reclamam da falta de desejo sexual. Esse mercado tem sido alvo das farmacêuticas por mais de uma década desde o grande sucesso do Viagra em homens.

No entanto, a procura pelo chamado "Viagra feminino" revelou-se evasiva, com muitas drogas descartadas após resultados insatisfatórios.

Na sexta-feira (18), a FDA vai pedir um painel de peritos para analisar a segurança e a eficácia da droga do Boehringer. A agência não é obrigada a seguir o conselho do grupo, embora muitas vezes o faça.

Na avaliação publicada online, o órgão disse que dois estudos do Boehringer não mostraram um aumento significativo no desejo sexual, como registrado por mulheres em um jornal diário. Aquelas que tomaram a droga contaram que tiveram um pouco mais de prazer nas relações sexuais, mas o FDA disse que este não era o foco do estudo.

"A divisão quis ver se o efeito do tratamento causa um aumento global do desejo sexual, independente do ato em si", afirmou a revisão do FDA.

O órgão também observou efeitos colaterais como aumento da depressão, desmaio e vertigem entre as mulheres que tomaram a pílula rosa.

A droga, que está relacionado à família de antidepressivos, afeta a serotonina e vários outros processos químicos do cérebro, mas ainda não está claro como o desejo sexual aumenta.

"Nós não sabemos especificamente o que o mecanismo exato de ação é, mas acreditamos que atua sobre os processos químicos do cérebro que têm um papel importante na resposta sexual humana," informou Peter Piliero, diretor-executivo para assuntos do Boehringer.

Fonte: Folha Online - 16/06/2010