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Farmacêutica chinesa começa a produzir medicamento da Gilead para tratamento do Coronavírus
A farmacêutica chinesa BrightGene Bio-Medical Technology disse que começou a produzir em larga escala um medicamento experimental da Gilead Sciences que teria potencial para combater o novo coronavírus, despertando preocupações de que a gigante dos EUA esteja perdendo o controle de suas patentes na corrida da China para combater o surto.
Com sede em Suzhou, a empresa disse em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Xangai, na noite de terça-feira, que desenvolveu a tecnologia para sintetizar os ingredientes farmacêuticos ativos do remdesivir, o medicamento da Gilead com maior probabilidade para tratar o vírus altamente infeccioso que já matou mais de 1.000 pessoas. O medicamento ainda não está licenciado ou aprovado em nenhum país.
Embora a BrightGene tenha dito que pretende licenciar o medicamento da Gilead, a decisão de começar a fabricação nesta fase inicial é altamente incomum e uma potencial violação de propriedade intelectual da empresa norte-americana. Há uma semana, pesquisadores chineses entraram com um pedido de patente do medicamento para tratar o novo coronavírus, uma medida que daria à China influência sobre o uso global da terapia para combater o surto.
“Em geral, a produção constitui uma violação de patente, mas há uma exceção se a produção se destinar apenas à aprovação regulatória, e não à venda no mercado”, disse Wang Yanyu, sócio especializado em propriedade intelectual da AllBright Law Offices, em Pequim.
Grandes áreas da China foram paralisadas pela epidemia de coronavírus, e o medicamento da Gilead é visto como um avanço potencial depois de mostrar sinais de eficácia em pacientes infectados nos EUA. Pesquisadores chineses agora testam o medicamento em 761 pacientes em ensaios clínicos em Wuhan.
A BrightGene disse que terá que licenciar a patente da Gilead, conduzir ensaios clínicos e obter aprovações regulatórias antes de poder vender o medicamento no mercado. A tecnologia desenvolvida para fabricar o remdesivir pode não ter muito valor se o medicamento não produzir resultados ideais nos ensaios clínicos em andamento ou se a epidemia for controlada em breve, afirmou.
A Gilead não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre o anúncio da BrightGene.
Na semana passada, a empresa disse que havia inventado o remdesivir e patenteado o medicamento na China, incluindo pedidos de patentes para seu uso em coronavírus. A empresa também havia informado que está trabalhando com autoridades chinesas, norte-americanas e da Organização Mundial da Saúde para determinar rapidamente se o medicamento pode ser usado para tratar o vírus.A BrightGene não respondeu imediatamente às perguntas da Bloomberg sobre a produção do remdesivir.
Texto por Dong Lyu Beijing
Por Bloomberg News
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