Câncer: OMS inclui imunoterapias na lista de remédios essenciais
Órgão incorporou medicamentos que aumentam as chances de sobrevivência de pacientes com melanoma e remédios orais para outros cânceres
A Organização Mundial da Saúde (OMS) incorporou a sua lista de remédios essenciais dois tipos de imunoterapia contra o câncer que aumentam em até 50% as chances de sobrevivência dos pacientes com melanoma - um câncer considerado até pouco tempo atrás incurável.
A lista existe desde 1977 e é atualizada continuamente com base em uma minuciosa revisão científica a fim de selecionar os tratamentos que oferecem os benefícios mais amplos e a maior efetividade.
O objetivo é torná-la um guia dos remédios aos quais os governos devem dar prioridade quando fazem suas ordens de compra de medicamentos para abastecer seus sistemas públicos de saúde.
"São medicamentios que deveriam estar disponíveis em nível global e nacional, e os sistemas de saúde dos países deveriam estar em condições de oferecê-los à população", afirmou Nicola Magrini, secretário do Comitê de Especialistas da OMS.
A lista contém 460 produtos, apenas uma fração do número de remédios comercializados no mercado. A revisão e escolha dos mesmos é de responsabilidade do comitê liderado por Magrini.
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Metade dos medicamentos que o Comitê decidiu incorporar à lista nos últimos dez anos são para tratar diferentes tipos de câncer, e a cada ano são recebidas de 20 a 30 solicitações relacionadas a esta doença.
O Prêmio Nobel de Medicina foi entregue em 2018 a dois pioneiros da imunoterapia, um tratamento que estimula o sistema imunológico para ajudá-lo a combater o câncer.
As imunoterapias que entraram na lista de remédios essenciais da OMS são o "nivolumab" e o "pembrolizumab", o que para a organização significa que "deveriam estar disponíveis em todas as partes".
Diante do obstáculo do elevado custo desses medicamentos, Magrini disse à Agência Efe que reconhecê-los como tratamentos essenciais obriga os governos a assumirem a responsabilidade de negociar e desenvolver estratégias alternativas para que tenham preços mais acessíveis.
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A OMS também introduziu em sua lista remédios para a leucemia e o linfoma, assim como medicações por via oral para o câncer de próstata e para um subtipo de câncer de pulmão.
Por outro lado, a organização recomendou o uso de três novos antibióticos para o tratamento de infecções multirresistentes e um novo anticoagulante oral para prevenir derrames cerebrais.
A lista agora inclui também um produto análogo à ocitocina para a prevenção das hemorragias pós-parto e que oferece a vantagem de não ter a necessidade de refrigeração, o que o torna particularmente interessante para países tropicais.
Fonte: R1