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Nos últimos dez anos, a hipertensão passou a ser o principal problema que leva à diálise no Brasil, segundo dados de um censo feito pela SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia) com mais da metade das unidades de diálise de todo o país.
Em 1999, 17% dos pacientes que faziam o tratamento eram hipertensos.
Em 2009, essa proporção subiu para 35%.
De acordo com Carmen Tzanno, membro da SBN, houve uma mudança no perfil do doente renal. Antes, o problema era causado principalmente por doenças infecciosas, e os jovens eram a maioria dos pacientes que faziam diálise. Hoje, dois terços dos pacientes que fazem o tratamento têm mais de 40 anos.
Segundo Tzanno, a melhora do acesso ao atendimento médico para tratar infecções contribuiu para a mudança. "Além disso, as pessoas com doenças crônicas vivem mais e, assim, têm mais tempo de vida para desenvolver outros problemas, como a doença renal."
No Brasil, a segunda principal causa de doenças renais é o diabetes -27% dos pacientes que fazem diálise têm o problema.
Nos Estados Unidos, essa é a principal causa.
Quando não são controlados, o diabetes e a hipertensão danificam os vasos sanguíneos, o que é especialmente prejudicial no caso do rim, órgão filtrador, como explica Paulo Luconi, presidente da ABCDT (Associação Brasileira dos Centros de Diálises e Transplantes).
"As doenças crônicas são altamente tratáveis. Mesmo para quem tem doença crônica renal, é possível postergar ou evitar a diálise com o acompanhamento correto", diz o médico, também professor da Unifesp.
No total, o número de doentes renais que fazem diálise cresceu 81% entre 2000 e 2009. Para Luconi, os dados revelam uma "epidemia da doença renal" devido à piora dos hábitos de vida da população e ao crescimento da obesidade e do sedentarismo. "Aumentou o número de pacientes com doenças renais que fazem diálise, e esse número vai continuar a aumentar", afirma.
PREVENÇÃO
Amanhã, Dia Mundial do Rim, a SBN vai lançar uma campanha nacional para incentivar o controle do diabetes e o diagnóstico precoce da doença renal. A ideia é encorajar a triagem dos pacientes com diabetes e hipertensão para detecção de doenças renais e evitar que o paciente evolua até a insuficiência renal.
A identificação da doença renal é realizada por dois exames simples -um de urina, para ver se há perda de proteínas, e outro que mede uma proteína chamada creatinina no sangue.
Luconi recomenda que os pacientes peçam que seus médicos incluam os dois exames no checkup. "Eles são simples e baratos, mas muitos médicos deixam de fazê-los porque não ainda não existe uma cultura para prevenir ou detectar doenças renais."
"Mesmo para quem tem doença crônica renal é possível postergar ou evitar a diálise com o acompanhamento médico correto"
PAULO LUCONI - presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálises e Transplantes
por: MARIANA VERSOLATO
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO – SP
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