Com o objetivo de combater o avanço do vírus do HIV entre os jovens, o Brasil deve começar, nas próximas semanas, a distribuir um medicamento que pretende prevenir o contágio pela doença. O Brasil é o primeiro país da América Latina e, entre os primeiros no mundo em desenvolvimento, a adotar a droga, conhecida como PrEP, abreviação de profilaxis pré-exposição, como parte integral de sua política preventiva de cuidados de saúde.

A pílula azul – que reduz drasticamente o risco de contrair o vírus quando tomado diariamente – será disponibilizada sem custo para os brasileiros elegíveis em 35 clínicas de saúde pública em 22 cidades durante uma fase inaugural do programa.

A droga está sendo lançada em um momento crucial no Brasil, com as autoridades de saúde do país particularmente alarmadas com a ascensão do vírus entre homens jovens e outros grupos considerados em maior risco. Entre 2006 e 2015, os números de casos de contração pelo vírus HIV em homens com idade entre 15 e 19 anos quase triplicou (a cada 100 mil pessoas, 7 estão com o vírus).

Embora a transmissão do vírus de mãe para filho tenha sido significativamente reduzida, cerca de um em cada 10 homens que fazem sexo com homens no Brasil têm HIV, informou a ONUSIDA, uma agência das Nações Unidas que coordena a política de prevenção do HIV em todo o mundo.

Para o primeiro ano do programa brasileiro, o Ministério da Saúde gastou US $ 2,7 milhões em 3,6 milhões de pílulas. O rastreio e cuidados adicionais serão prestados gratuitamente em clínicas públicas.

O medicamento será dado pessoas que não têm o vírus e será, inicialmente, oferecido para os grupos considerados mais expostos ao HIV – profissionais de saúde, homossexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e casais sorodiscordantes (aqueles em que um dos parceiros é soropositivo e o outro, não).

Fonte:  Site Panorama Farmacêutico - 13/12/2017