Unindo exames de sangue e genéticos com dados clínicos, método se mostrou capaz de identificar formas mais agressivas da doença e evitar tratamentos arriscados ou biópsias dolorosas
Um novo teste desenvolvido por pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, mostrou ser mais eficiente e acurado do que o usual exame conhecido como PSA para detectar o câncer de próstata. Unindo exames de sangue que buscam por uma combinação de seis marcadores proteicos, 200 marcadores genéticos e análise de dados clínicos, como idade, histórico familiar e avaliações pregressas para a doença, o método, batizado STHLM3, é capaz de identificar formas mais agressivas dos tumores ao mesmo tempo em que reduziu a incidência de falsos positivos, evitando que os pacientes passassem por tratamentos arriscados ou biópsias dolorosas.
Atualmente, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens no mundo, com mais de 1,2 milhão de casos diagnosticados em 2012. E o número de homens atingidos pela doença está aumentando. A expectativa é de que, em 20 anos, mais de 2 milhões sejam diagnosticados anualmente, enquanto a validade do PSA como método para isso é alvo de debates.
- O PSA não consegue distinguir entre as formas mais agressivas e benignas do câncer – conta Henrik Grönberg, professor do Instituto Karolinska e líder da pesquisa, que envolveu ensaio com quase 59 mil homens e foi publicada nesta terça-feira no periódico científico “The Lancet Oncology”. - Hoje, homens que não têm câncer ou têm uma forma de câncer que não necessita de tratamento precisam passar por um desnecessário, doloroso e às vezes perigoso tratamento. Além disso, o PSA não detecta muitos dos cânceres agressivos. Assim, decididom desenvolver um teste mais preciso que pudesse potencialmente substituir o PSA.
No estudo, os pesquisadores analisaram os resultados dos testes PSA e STHLM3 realizados em 58.818 homens de Estocolmo com idades entre 50 e 69 anos entre 2012 e 2014. As análises mostraram que o STHLM3 reduziu o número de biópsias em 30% sem comprometer a segurança dos pacientes. Além disso, o novo método encontrou casos agressivos de câncer em homens com baixos valores no teste PSA, e que por isso não teriam a doença diagnosticada a tempo de ser combatida.
- São, de fato, resultados promissores – avaliou Grönberg. - Se conseguirmos introduzir um teste mais acurado para o câncer de próstata, pouparemos os pacientes de um sofrimento desnecessário e recursos da sociedade. O STHLM3 estará disponível na Suécia a partir de março de 2016 e agora vamos começar a validá-lo para outros países e grupos étnicos.
Fonte: Portal O Globo - 11/11/2015