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A cura da AIDS
Médicos anunciaram no ultimo domingo, 3 de março de 2013, que um bebê foi curado da infecção HIV. Este seria o primeiro caso de cura documentado em um recém-nascido. A criança, nascida na área rural de Mississipi, EUA, foi tratada com remédios antirretrovirais agressivos 30 horas após seu nascimento – medida de tempo pouco utilizada.
Se a técnica funcionar em outros bebês, poderá ser recomendada mundialmente. Hoje a criança tem dois anos e meio e já não se medica há cerca de um ano. Ela não apresenta mais sinais de infecção.
Outros médicos especialistas esperam pelo anúncio com detalhes em jornal médico. Eles querem saber se a criança realmente estava infectada. Caso contrário, este pode ter sido apenas um caso de prevenção, o que já é feito com bebês de mães infectadas.
Os médicos responsáveis pelo avanço garantem que a criança estava infectada e que houve cinco testes positivos no primeiro mês de vida – quatro de RNA e um de DNA.
Esta é a segunda vez que alguém se cura da AIDS. A primeira vez foi um homem chamado Timothy Brown, em Berlin, Alemanha. Ele sofria de leucemia e recebeu transplante de medula de um doador que possuía uma rara defesa genética ao vírus HIV.
A ONU estima que mais de 330 mil bebês tenham sido infectados em 2011. Os dados mais recentes apontam que mais de 3 milhões de crianças no mundo estejam vivendo com HIV.
Fonte: Olhar Digital
Mais sobre o caso:
Do Jornal O Povo
Os cientistas pedem cautela em relação à divulgação e comemoração da suposta cura. O trabalho ainda falta ser submetido à chamada revisão por pares, quando os dados de um estudo são esmiuçados por especialistas independentes. No Brasil, os médicos também pedem detalhes mais aprofundados sobre o caso.
“Se esse resultado for confirmado, vai ser realmente uma coisa incrível. Mas, ainda é cedo para tirar qualquer conclusão. Só o tempo é que vai dizer, como essa criança vai reagir, se ela vai ficar indefinidamente sem manifestação laboratorial e clínica do HIV”, avaliou o infectologista Caio Rosenthal, do Hospital Emílio Ribas.
A criança, que nasceu em uma zona rural do Estado do Mississippi, foi tratada com remédios antirretrovirais 30 horas depois de seu nascimento, um procedimento sem ser o normalmente adotado nesses casos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o tratamento com o AZT, uma droga antirretroviral de aplicação consagrada no coquetel de combate ao vírus. Se estudos futuros comprovarem o resultado e indicarem que o método funciona com outros bebês, o tratamento de recém-nascidos infectados em todo o mundo deve mudar, dizem especialistas.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), há mais de três milhões de crianças vivendo com vírus da aids. Quando chegou a um hospital na zona rural, em 2010, a mãe da criança já estava em trabalho de parto. Ela deu à luz prematuramente. Como a mãe não havia feito qualquer exame pré-natal, ela desconhecia ser portadora do HIV. Quando um exame mostrou que ela estava infectada, o hospital transferiu a criança para o Centro Médico da Universidade do Mississippi, onde chegou com cerca de 30 horas de vida. A médica responsável pelo caso, numa entrevista ao Times, disse que solicitou duas amostras de sangue com uma hora de intervalo para testar a presença o HIV no RNA e no DNA do bebê.
Os exames identificaram 20 mil cópias do vírus por milímetro de sangue, índice baixo para bebês. Sem esperar os exames que confirmariam a infecção, a médica deu à criança três drogas usadas para tratamento, e não para a profilaxia. Com esse tratamento, os níveis do vírus diminuíram rapidamente, e ficaram indetectáveis quando o bebê completou um mês de vida. (das agências de notícias)
ENTENDA A NOTÍCIA
Os especialistas afirmam que o caso do bebê norte-americano pode mudar a atual prática médica, ao revelar o potencial de um tratamento antirretroviral muito cedo, após o nascimento de crianças com altos riscos potenciais.
Saiba mais
Quando a criança completou 18 meses, a mãe parou de levá-la ao hospital. Ao retornarem, os testes deram negativo. Suspeitando de erro nos exames, ela pediu mais testes. Uma quantidade praticamente desprezível de material genético viral foi encontrado, mas sem vírus que pudesse se replicar. Por isso, foi uma cura funcional da infecção. Mais testes ainda são necessários para verificar se o tratamento teria o mesmo efeito em outras crianças.
O americano Timothy Brown, que acabou ficando conhecido como “o paciente de Berlim”, é considerado o primeiro caso de cura do HIV. O método usado, no entanto, foi completamente diferente, o que ficou conhecido como cura por esterilização. Soropositivo, ele tomava o coquetel contra o HIV quando foi diagnosticado com leucemia. Ele passou por uma agressiva quimioterapia que “matou” sua medula antiga. No lugar, recebeu um transplante com células-tronco de um doador com uma mutação genética que o tornava naturalmente resistente à contaminação pelo HIV. Depois da cirurgia, realizada na capital alemã, o vírus não voltou a se replicar.
(O Povo)
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