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Estilo de tratamento reduz os efeitos colaterais através da limitação da exposição dos tecidos às drogas e permite a aplicação de maiores doses de medicamentos,
Médicos do Hospital Geral de Southampton, da Inglaterra, realizaram uma operação de quimioterapia em apenas um órgão do corpo humano. Dois pacientes de câncer de fígado tiveram somente a parte do corpo afetada em contato com as drogas. O maior benefício do novo tipo de tratamento é a possibilidade de redução dos efeitos colaterais através da limitação da exposição dos tecidos ao processo.
O tratamento durou 60 minutos em cada um. O fígado foi separado através de dois balões inflados inseridos dentro de vasos sanguíneos do órgão para desviar o fornecimento de sangue. Em seguida ao tratamento, chamado perfusão hepática percutânea (PHP), o sangue foi drenado do paciente e processado através de uma máquina de filtragem para reduzir a toxicidade antes de retornar ao corpo humano através da veia jugular.
A quimioterapia em apenas um órgão também possibilidade o uso de doses mais altas sem que o paciente sofra as consequências. O processo geralmente mata rapidamente as células tumorais, mas também outras partes saudáveis do organismo. As consequências costumam ser fatiga, enjoo, perda de cabelo e danos à fertilidade.
O novo estilo de tratamento também é testado, atualmente, nos Estados Unidos e na Europa. No caso dos pacientes do Reino Unido, as operações foram realizadas há três meses e ambos apresentam melhoras, com tumores menores.
— Retirar um órgão do corpo humano por 60 minutos, banhá-lo em uma alta dose de drogas, filtrar o sangue até que esteja completamente pronto e devolvê-lo ao corpo humano é algo realmente inovador — comemora Brian Steadman, consultor do serviço de radiologia intervencionista do hospital. — Antes, a perspectiva para pacientes com câncer de fígado era limitada devido aos danos indesejados que o medicamento poderia causar no resto do organismo.
Segundo Stedman, o tratamento ainda pode se desenvolver para ser usado em outros tipos de câncer, como de cólon, de mama e melanoma. Basicamente, qualquer órgão que possa ser separado do fornecimento de sangue, como rins, pâncreas e pulmões, pode passar por este tipo de processo.
— Há 20 anos, a ideia de injetar uma droga que pode envenenar todo um corpo em apenas uma pequena área dele pareceria loucura — diz.
Fonte: O Globo – Rio de Janeiro
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