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Homens mais velhos também têm chances maiores de gerar filhos com esquizofrenia, segundo pesquisa.
Achado ajuda a explicar aumento no número de diagnósticos de autismo, afirma especialista dos EUA
Homens mais velhos têm risco maior do que os jovens de gerar um filho com autismo ou esquizofrenia, de acordo com um estudo publicado ontem na "Nature".
A pesquisa, feita na Islândia, afirma que, com o avanço da idade do pai, aumenta a frequência de mutações genéticas aleatórias que podem causar os transtornos.
Os cientistas lembram que o risco de uma criança desenvolver esses problemas é baixo -menos de 2% para filhos de pais com 40 anos ou mais.
Mas o trabalho reforça a ideia de que o crescimento dos diagnósticos de autismo nos últimos anos se deve em parte ao aumento da idade dos pais, fator que pode responder por 30% dos casos.
"Esse estudo dá uma das primeiras evidências sólidas para o real aumento dos números do autismo", afirmou Fred Volkmar, diretor do Centro de Estudos da Criança da Escola de Medicina de Yale.
O resultado, por outro lado, contraria a o conceito de que a idade da mãe é o fator mais importante para o risco de transtornos do desenvolvimento em crianças.
Anormalidades cromossômicas, como síndrome de Down, são mais comuns quando a mãe tem idade acima de 35 anos. Mas o risco genético de problemas psiquiátricos e de desenvolvimento vem do pai, segundo a pesquisa.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas da empresa deCODE Genetics, da Islândia, sequenciaram o genoma de 78 trios de pai, mãe e filho nos quais a criança tinha autismo ou esquizofrenia. Eles foram comparados a um grupo-controle de 1.859 pessoas.
Em média, uma criança nascida de um pai de 20 anos teve 25 mutações aleatórias vindas do material genético dele. A cada ano a mais do pai, houve duas mutações extras. Filhos de homens com 40 anos tiveram 65 mutações. O número médio de alterações vindas da mãe foi 15, em qualquer idade.
A maioria dessas mutações é inofensiva, mas ao menos 50% dos genes ativos têm alguma função no desenvolvimento neuronal. Assim, alterações aleatórias têm mais chance de afetar o cérebro do que outros órgãos.
Se o estudo se confirmar, o congelamento de sêmen na juventude para uso futuro pode se tornar aconselhável, diz Alexey Kondrashov, da Universidade de Michigan.
Evan Eichler, da Universidade de Washington, relativiza. "Alguns homens podem pensar: ´Quer dizer que vou precisar ter filhos só enquanto for jovem e bobo?´ Claro que não. A maioria das mutações não causa nada e há muitos homens de 50 anos com filhos saudáveis."
Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO – SP
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