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Laboratórios comemoram os resultados de 2011 e anunciam os investimentos para 2012, além da entrada em outros segmentos. O objetivo é atingir participações maiores e oferecer novas opções de tratamento.
De acordo com dados do IMS Health, o mercado farmacêutico brasileiro fechou 2011 com o valor aproximado de R$ 38 bilhões e, até fevereiro de 2012, o número é de R$ 44 bilhões, ou seja, o crescimento do mercado em 2011 foi de 19,84% e nos primeiros dois meses do ano foi de 17,98% (uma porcentagem menor em relação à média de crescimento anual).Em unidades, foram comercializados cerca de 2,1 bilhões, em 2011. No início deste ano, houve um pequeno crescimento: 2,3 bilhões (valor aproximado). Dessa forma, 2011 cresceu 16,87% em relação a 2010. No que diz respeito a unidades comercializadas e nos dois primeiros meses de 2012, registra crescimento de 12,18%.
Nos últimos anos, diversas indústrias farmacêuticas uniram suas forças em fusões e aquisições; outras decidiram explorar novos segmentos, ingressando em mercados jamais explorados. Esta dinâmica movimenta milhões e faz com que alguns laboratórios se tornem verdadeiros gigantes, o que possibilita uma concorrência cada vez mais acirrada. A tendência tende a continuar. As indústrias farmacêuticas crescem no mesmo ritmo da evolução total do mercado, com algumas variações para menos ou para mais, como é o caso do laboratório de Genéricos EMS que superou, e muito, a média anual.
A empresa atingiu R$ 4,7 bilhões em faturamento, um crescimento de 38% em relação a 2010, o dobro do mercado. “Em unidades comercializadas, atingiu 297,7 milhões, um aumento de aproximadamente 25%”, revela o diretor de marketing da Divisão EMS Genéricos, Marco Miguel. Sua capacidade produtiva é de 480 milhões de unidades/ano e, atualmente, de cada 100 medicamentos vendidos no Brasil, 12 já têm a marca EMS.
O executivo pontua que 6% do faturamento anual é destinado à Pesquisa & Desenvolvimento. “As inovações criadas pelo P&D já geraram 60 patentes da EMS em todo o mundo.”No ano passado, a companhia anunciou um investimento de R$ 600 milhões na construção de mais três fábricas, em Manaus (AM), onde as obras já foram iniciadas, em Brasília (DF) e em Jaguariúna (SP), além da construção, que se encontra em fase avançada, de uma nova unidade de embalagens na própria sede da EMS em Hortolândia.
Lançou, no mesmo ano, pelo menos 200 apresentações de produtos. Miguel comenta que a empresa foi a primeira a disponibilizar ao mercado, entre outros medicamentos, a valsartana (princípio ativo do Diovan) e a rosuvastatina (princípio ativo do Crestor). “Repetiu a ousadia e agilidade de 2010, quando já havia colocado, pioneiramente, no mercado brasileiro, a sildenafila, atorvastatina e olanzapina.”Este ano, o P&D deve iniciar 50 novos projetos de medicamentos anualmente. A EMS também segue na aposta dos medicamentos biológicos, considerados o futuro da indústria farmacêutica. Aliás, foi a primeira empresa brasileira a submeter à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) medicamentos biológicos biossimilares de alta complexidade, como os anticorpos monoclonais. De olho nesse segmento, o laboratório também realiza investimentos em parcerias para o licenciamento e produção dos biofármacos, tendo já assinado contratos de transferência tecnológica com China e Coreia do Sul.
Fusões e aquisições lucrativas
Em abril de 2011, a Novartis anunciou sua fusão com a Alcon (empresa especializada em soluções para a visão), ação que está em linha com o objetivo da empresa de atender às necessidades de saúde da população, por meio da diversificação de seu portfólio. De acordo com o presidente do Grupo Novartis, Alexsander Triebnigg, a união dessas empresas possibilita que ambas tenham portfólios complementares e que compartilhem o comprometimento com a inovação. “Queremos atender às significativas necessidades ainda existentes com o objetivo final de prevenir a cegueira e tratar as doenças da visão. Por meio da fusão, a Alcon se tornou a segunda divisão da Novartis com operações em 75 países.” O executivo revela que a principal estratégia de crescimento da empresa tem como base o portfólio de produtos estrategicamente diversificados. Nesse sentido, Triebnigg explica que a fusão da Alcon possibilitou incrementar de forma significativa o portfólio de cuidados com os olhos, representando uma nova e importante plataforma de crescimento para o Grupo.
“A Alcon já está entregando sólidos resultados. Globalmente, em 2011, as vendas da divisão cresceram 7% em relação ao ano anterior, tendo sido responsável por 17% das vendas totais do Grupo.” A Alcon manteve o seu nome, passando a ser a divisão de cuidados com os olhos do Grupo Novartis. Os negócios da CIBA Vision, unidade da Novartis que era a segunda fabricante de lentes de contato, foram integrados à Alcon. Não houve interferência em seu processo produtivo.
De acordo com o presidente do Grupo, as forças de vendas permaneceram especializadas e dedicadas a cada um dos segmentos de negócio. “O aumento na escala, por ter se tornado uma única divisão, permite à Alcon melhorar o atendimento aos clientes. Os produtos da CIBA Vision, por exemplo, podem se beneficiar da força de vendas da Alcon em mercados anteriormente atendidos por distribuidores terceirizados.”
Fusões e aquisições fazem parte também da estratégia comercial da Pfizer, que tem como um de seus principais objetivos ampliar seu portfólio e o alcance da população aos seus medicamentos, o que faz com que a empresa esteja sempre atenta a novas oportunidades. Para o diretor de planejamento e novos negócios da Pfizer Brasil, Gustavo Petito, há muitos benefícios obtidos com fusões e aquisições no segmento farmacêutico. No caso da Pfizer, há dois exemplos importantes: a aquisição do laboratório Wyeth, em 2009, e a aquisição parcial do laboratório Teuto (40%), em 2010. “Para 2012, a Pfizer deve continuar a atuar fortemente nos mercados emergentes, sendo que o Brasil está entre os países selecionados como prioridade. Por isso, a empresa planeja lançamentos de medicamentos de marca e genéricos, além de continuar trabalhando os produtos já existentes em seu portfólio, inclusive os chamados estabelecidos, ou seja, marcas consagradas que já tiveram suas patentes vencidas”. O executivo ressalta também que o contínuo investimento em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos, principalmente para necessidades não atendidas, bem como em parcerias e aquisições, sejam elas locais ou globais. “Em 2012 pretendemos investir cerca de US$ 7 bilhões globalmente na descoberta de novos produtos.”
O faturamento da Pfizer Brasil em 2011 foi de R$ 4 bilhões somando os resultados de Saúde Humana (farma e consumo), Saúde Animal e exportações, o que representa um crescimento de 14% em relação a 2010. Os recursos destinados para pesquisa e desenvolvimento somam cerca de US$ 9 bilhões anuais globalmente. “De acordo com estimativas da IMS Prognosis, o mercado farmacêutico brasileiro apresentará crescimento de 10% ao ano nos próximos dois anos. E a Pfizer pretende acompanhar esse crescimento e tem grande interesse em ampliar e potencializar sua atuação no Brasil, que é uma das prioridades para a empresa, por conta do seu tamanho e desse potencial de crescimento para os próximos anos.”Com base em sua estratégia de inovação, a Novartis realizou o lançamento de diversos produtos que ajudaram a proteger e tratar mais de 1,1 bilhão de pacientes em 2011. Entre eles, o Omnitrope (somatropina), da Sandoz (segunda maior fabricante mundial de genéricos do mundo, que pertence ao Grupo). Este é o primeiro medicamento biológico da marca no Brasil. “A novidade marcou a entrada da Sandoz no segmento biofarmacêutico do País. O Omnitrope é um hormônio de crescimento injetável, indicado para o tratamento do distúrbio do crescimento em crianças, caracterizado pela produção insuficiente do hormônio de crescimento (GH). Ao entrar no segmento biofarmacêutico, a Sandoz reafirma sua visão de oferecer acesso a medicamentos de alta qualidade”, afirma.
Triebnigg revela que, em 2011, as operações do Grupo atingiram vendas líquidas de US$ 58,6 bilhões. “As vendas da empresa cresceram 16% em relação a 2010. Nesse contexto, o Brasil se fortaleceu como um país estratégico para a empresa e temos expectativa de crescimento considerando o amplo portfólio de produtos no mercado brasileiro, os recentes lançamentos e as inovações previstas para 2012.”
Novas oportunidades
Outra movimentação de mercado que traz resultados satisfatórios é a entrada de laboratórios tradicionais em novos nichos, como dermocosméticos, nutracêuticos e suplementação esportiva.O Aché ingressou no mercado de nutricosméticos por meio da parceria com o laboratório inglês Oxford Pharmascience e lançou sua linha própria de dermocosméticos Profuse; apresentou ao mercado o primeiro probiótico em cápsulas Prolive; foi o primeiro laboratório a ter similar do montelucaste de sódio e pioneiro no lançamento de Rhodiola no Brasil, com o Fisioton. No início de 2011 entrou em operação a nova área de fabricação de supositórios.
Esta ampliação resultou de um plano de investimentos alinhado ao planejamento estratégico de longo prazo, com aportes de mais de R$ 267 milhões, dos quais cerca de R$ 21 milhões foram aplicados em 2011.Em fevereiro deste ano, anunciou o lançamento de Inellare, o primeiro nutracêutico do Aché. Suplemento de cálcio e vitamina D em forma de tablete mastigável, único no Brasil, é indicado para pessoas que necessitam da suplementação de cálcio e vitamina D – como gestantes, mulheres na menopausa e crianças próximas da puberdade. Possui dissolução mais rápida pelo organismo do que os comprimidos de cálcio disponíveis no mercado e pode ser ingerido a qualquer momento do dia, tornando-se um importante aliado na prevenção da osteoporose.
Em 2011, o laboratório obteve crescimento de 11% na receita líquida, que foi de R$ 1,39 bilhão, e 15% no lucro líquido frente a 2010. O portfólio do Aché conta com mais de 260 marcas, comercializadas em 605 apresentações, abrangendo 129 classes terapêuticas e atendendo às necessidades de 20 especialidades médicas. No ano passado foram investidos R$ 11 milhões em novos maquinários para a área industrial de Guarulhos. Com os ganhos de produtividade conquistados e os investimentos em equipamentos e instalações, a redução dos custos unitários de produção foi de 6%. Já na planta de São Paulo (especializada em genéricos), foram investidos R$ 10,5 milhões em novas máquinas.
Em expansão
No início deste ano, a Valeant anunciou a compra da Probiótica (empresa especializada na produção de suplementos esportivos). A business development da Valeant no Brasil, Marília Mello, diz que o mercado de nutrição esportiva no Brasil está em plena expansão e acredita que terá crescimento acelerado nos próximos anos.Com essa aquisição, a Valeant passa a ser líder do mercado de nutrição esportiva, que movimenta R$ 300 milhões por ano. “Nosso objetivo é aumentar a participação de mercado com novas linhas de produtos, combinando todas as necessidades dos praticantes de atividades físicas.”
A executiva comenta que a negociação foi ágil e que foram investidos R$ 150 milhões. As empresas continuam atuando de forma independente. Hoje pertencem ao grupo quatro empresas, todas com suas marcas independentes: Valeant (produtos de prescrição de dermatologistas, psiquiatras e neurologistas); Delta e Bunker genéricos e similiares com presença maciça nas farmácias de todo o Brasil e, agora, a Probiótica, líder no varejo de nutrição. “Existem pontos convergentes cuja sinergia e conhecimento contribuirão para o crescimento de todas as empresas e a consolidação do Grupo Valeant no Brasil, como uma importante indústria no setor de saúde.” Marília diz ainda que quando se fala de nutrição esportiva, fala-se de uma parte do mercado de OTC. “O mercado total de OTC fatura em torno de R$ 9 bilhões no Brasil. Portanto, ele já é uma realidade no varejo farmacêutico. Alguns produtos da linha atual têm maior afinidade com o canal farma. Será preciso adaptação, criatividade e inovação.”
A Valeant está receptiva na identificação de novas oportunidades. Hoje a empresa representa 3% do faturamento global do Grupo. “Nossa meta é chegar a 7% até 2015, seja através de aquisição de empresas, participação ou aquisição de produtos. Recentemente a Valeant adquiriu da Novartis o Zaditen.
Mais Uma nova joint venture.
A MSD anuncia uma joint venture (associação de empresas) inédita no mercado nacional, com a Supera Farma Laboratórios S.A., empresa criada conjuntamente por Eurofarma e Cristália em 2011. O acordo prevê a gestão compartilhada de uma nova empresa com foco na promoção e comercialização de medicamentos estabelecidos, referência e inovadores. A empresa, que nascerá com aproximadamente 30 produtos em seu portfólio e cerca de 400 colaboradores, manterá o nome Supera e pretende dobrar a sua força de vendas para estar entre as 10 maiores do mercado farmacêutico nacional em cinco anos, faturando por volta de US$ 500 milhões em 2017. A nova empresa, que deverá se chamar Supera RX Medicamentos Ltda., incluirá produtos dos laboratórios Eurofarma, Cristália e MSD em seu port-fólio. A MSD participará com 51% e a Supera Farma, com 49% (destes, 50% da Eurofarma e 50% do Cristália).“Esta joint venture possibilitará à MSD ampliar o acesso de um número muito maior de pacientes a medicamentos inovadores e é um passo importante na nossa estratégia de crescimento”, afirma o CEO mundial da MSD, Kenneth C. Frazier, “A Supera combinará inovação e conhecimento local e global em uma poderosa iniciativa que se afirma como uma peça-chave na execução de nossa estratégia para mercados emergentes”, acrescenta Kevin Ali, presidente de Mercados Emergentes da MSD. Segundo José Bastos, diretor-presidente da MSD no Brasil, “a nova companhia combinará o portfólio de produtos da Supera Farma e sua expertise em promoção e distribuição de medicamentos com a experiência da MSD em pesquisa e desenvolvimento de terapias inovadoras”. (Manchetes)
Fonte: Ligia Favoretto - Portal Revista Guia da Farmácia
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