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INCA ANUNCIA NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA
30 de outubro de 2011 | 22h 00
Clarissa Thomé, de O Estado de S. Paulo
Diretriz do Instituto do Câncer estabelece prazo máximo entre diagnóstico e cirurgia, entre outros itens.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulga hoje uma lista de recomendações para o controle da mortalidade do câncer de mama. Entre as medidas, estabelece em 3 meses o prazo máximo entre o diagnóstico de tumor e a cirurgia. Também fixa o período para o início das terapias complementares, como químio e radioterapia - entre 60 e 120 dias após o tratamento inicial.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulga hoje uma lista de recomendações para o controle da mortalidade do câncer de mama. Entre as medidas, estabelece em 3 meses o prazo máximo entre o diagnóstico de tumor e a cirurgia. Também fixa o período para o início das terapias complementares, como químio e radioterapia - entre 60 e 120 dias após o tratamento inicial.
A divulgação faz parte das ações da instituição no Outubro Rosa, movimento internacional que busca chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.
A cirurgia logo depois do diagnóstico garante maior sobrevida às pacientes. Estudos científicos mostram que a demora superior a três meses compromete a expectativa de vida das mulheres. As pacientes que se tratam pelo Sistema Único de Saúde (SUS) precisam esperar 188 dias, em média, entre o diagnóstico e a cirurgia, segundo levantamento divulgado pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama). Essa espera cai para 15 dias se a pessoa tiver plano de saúde.
As sete recomendações divulgadas pelo Inca não têm força de lei, mas se forem seguidas pelas secretarias municipais e estaduais de saúde e pelos consultórios particulares têm potencial para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida das pacientes com tumores de mama. Esse é o tipo de câncer que mais mata na população feminina - 12 mil mulheres morrem por ano em decorrência da doença.
Tratamento
"Essas recomendações são um desdobramento do que a gente sugeriu no ano passado, quando o foco foram estratégias para detecção precoce. Detectar não é um fim em si mesmo. O importante é que se instituam medidas necessárias para que o câncer seja tratado adequadamente", afirmou o oncologista José Bines, responsável pelo grupo de tumor de mama do Inca.
"O País é grande, heterogêneo, e a ideia é instituir parâmetros mínimos para que sejam alcançados em todo o território nacional. O ideal é que a cirurgia e as terapias sejam feitas o mais breve possível. Estabelecemos tempos máximos; os lugares que estão fazendo em menos tempo, melhor".
Segundo o Inca, toda mulher deve ter seu diagnóstico complementado com a avaliação do receptor hormonal. "A maior parte dos tumores de mama são alimentados pelo hormônio feminino. No exame do tumor como um todo, o patologista identifica a presença ou não do receptor hormonal. E este receptor está presente em 70 a 80% dos casos", explica Bines. "Se estiver presente, é preciso fazer um tratamento anti-hormonal para inibir esse potencial crescimento." Essa terapia também está no rol divulgado pelo Inca - se indicada, deve ser iniciada em até 60 dias depois da cirurgia.
O Inca também recomenda que as mulheres com câncer de mama sejam acompanhadas por equipe multidisciplinar de especialistas (oncologista, cirurgião, radioterapeuta, enfermeiros, psicólogo) e tratadas em ambiente acolhedor, com acesso a cuidados paliativos. Os hospitais também devem ter Registro de Câncer em atividade, serviço que permite coletar informações para monitorar e avaliar a qualidade do tratamento oferecido às pacientes.
SUS AMPLIA EM 22% RECURSOS PARA TRATAMENTO DE CÂNCER
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou nesta segunda-feira (31) previsão de fechamento de investimento deste ano, de R$ 2,2 bilhões, para a assistência oncológica.
O Sistema Único de Saúde (SUS) está ampliando em 22% os recursos para assistência oncológica no país. O Ministério da Saúde deve fechar este ano com investimento de R$ 2,2 bilhões no setor – em 2010, o valor foi de R$ 1,8 bilhão. Esse aumento de investimento serviu para ampliar e qualificar a assistência aos pacientes em hospitais públicos e privados que compõem o SUS, especialmente para os tipos de câncer mais frequentes, como fígado, mama, linfoma e leucemia aguda. Em relação a 1999, quando foi definido o atual formato do atendimento oncológico no SUS, o valor quadruplica.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou a estimativa de investimento deste ano em entrevista nesta segunda-feira (31), em Brasília. A quantidade de procedimentos e de cirurgias oncológicas aumentou nos últimos anos. Em 2003, por exemplo, houve 19,7 milhões de procedimentos para o tratamento do câncer no SUS. A projeção para este ano é de 27,8 milhões de procedimentos – aumento de 41%. Já o número de cirurgias deve crescer 40% – foi de 67 mil em 2003 e deve chegar a 94 mil em 2011.
Na coletiva, indagado sobre o diagnóstico de câncer do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro ressaltou: “O presidente Lula, que já enfrentou tantos outros preconceitos, da forma como ele está lidando com o enfrentamento do tratamento, vai superar mais um preconceito, sobre o câncer. Às vezes, as pessoas têm até medo de falar o nome da doença. O câncer tem cura”, ressaltou o ministro. “Mais de 2,5 milhões procedimentos para o tratamento de câncer são feitos por mês no Sistema Único de Saúde. São quase 30 milhões de procedimentos por ano. Muitas pessoas estão se tratando de câncer no país e se curando”.
O ex-presidente Lula teve um câncer de laringe diagnosticado no último final de semana. O tratamento de quimioterapia começaria nesta segunda-feira, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP). O tratamento ao qual o ex-presidente está sendo submetido também pode ser realizado pela população em geral no SUS.
AMPLIAÇÃO DO ATENDIMENTO – Para ampliar o diagnóstico e o tratamento do câncer de mama e de colo de útero, o Ministério da Saúde está criando 38 novos centros em todo o país, especialmente no interior do Brasil, e renovando 48 outros centros de radioterapia. A medida integra a Rede Câncer, uma das apostas do Ministério da Saúde para integrar e agilizar o atendimento aos usuários do SUS. O SUS dispõe hoje dispõe de 270 centros que realizam tratamento de radioterapia e quimioterapia.
“Combater o câncer é oferecer possibilidade de diagnóstico, de tratamento, mas também combater muitos fatores de risco do câncer. Precisamos aproveitar estes momentos para reduzir o preconceito sobre o câncer, mostrar que o câncer tem cura, que fazer o diagnóstico precoce ajuda a garantir essa cura, mas também mobilizar a sociedade para termos hábitos mais saudáveis e, com isso, reduzir o risco de câncer”, reforçou Padilha, chamando atenção para os fatores de aumento de risco, como o fumo.
Da Agência Saúde.
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TRATAMENTO DE CÂNCER PELO SUS ATRASA E É INSUFICIENTE, DIZ TCU
Pelo menos 58 mil pacientes de câncer ficaram sem fazer serviços de radioterapia e outros 80 mil deixaram de fazer cirurgias de câncer no país do ano passado. Estes são números estimados de uma análise feita pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no sistema de oncologia do país.
Para o órgão de controle, o sistema de tratamento do câncer "não está suficientemente estruturado para assegurar atenção oncológica adequada para toda a população que dela necessita".
Além de não conseguir atender a todos --na radioterapia o índice de não atendidos é de 34% e em cirurgia, de 53%-- os pacientes começam o tratamento muito depois do tempo devido.
No caso dos procedimentos de quimioterapia, o tempo de espera médio foi de 76,3 dias e apenas 35% dos pacientes foram atendidos com 30 dias (prazo recomendado pelo Ministério da Saúde).
Na radioterapia, o resultado é ainda pior: 113,4 dias de espera e apenas 16% atendidos no primeiro mês.
No trabalho, foi feita uma pesquisa com médicos que apontou que a falta de pagamento pelo ministério da Saúde de alguns procedimentos e os baixos valores pagos atrapalham o tratamento dos doentes.
O Ministério da Saúde informou que os gastos dos SUS com tratamento de câncer triplicaram nos últimos 12 anos, chegando a R$ 1,8 bilhão em 2010. A previsão em 2011 é que o valor alcance R$ 2,2 bilhões.
A quantidade de atendimento aumentou 41% entre 2003 e 2010, sendo que as cirurgias aumentaram em 40% e as quimioterapias em 100%. Além disso, houve reajuste dos procedimentos no ano passado. No total, 300 mil pessoas receberam assistência em 2010, segundo o ministério.
Fonte: 31/10/2011 - 20h17 - DIMMI AMORA - DE BRASÍLIA
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