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Sem aval da Anvisa para redução de peso, medicamento contra diabetes tem resultado surpreendente; laboratório diz que ainda é cedo para falarem cura para a obesidade. O laboratório dinamarquês Novo Nordisk está entusiasmado com os resultados de vendas do seu novo remédio para diabetes tipo 2noBrasil,mastambémapreensivo.
Uma parte significativa dos resultados comerciais estão sendo obtidos em consequência do efeito emagrecedor do remédio. Esse uso ainda não tem o aval da Agência Nacional de Vigilância Nacional (Anvisa) e nem de seus similares no exterior. É uma situação de risco tanto para a saúde dos usuários como para a companhia. Lançada em maio, a liraglutida (comercializada pela empresa sob o nome de Victoza) vendeu em apenas três meses mais de 15 mil unidades.
A companhia, porém, não sabe informar quanto foi obtido para tratamentos contra diabetes e quanto foi resultado de indicação do remédio para emagrecer. De toda forma, o desempenho brasileiro é o melhor na América Latina e o segundo melhor fora dos países mais desenvolvidos e China (o primeiro é Israel). No mundo, o resultado das vendas chegou a US$ 411 milhões durante o primeiro semestre do ano, elevando a previsão de lucro da companhia em 2011 para até 19%, ante 15% projetado anteriormente.
Em visita ao Brasil para conhecer a fábrica de Montes Claros (MG), o segundo maior investimento já realizado pela farmacêutica fora da Dinamarca, o vice-presidente global da Novo Nordisk, Kåre Schultz, manifestou seu interesse pelo potencial do mercado latino-americano de medicamentos contra diabetes, segundo ele, subdimensionado pelo fato de muitas pessoas não receberem ainda tratamento adequado e porque o SUS distribui medicamentos, a seu ver, antiquados.
“No mundo inteiro, são utilizados os análogos de insulina, que demonstram mais eficácia no tratamento da doença, mas no Brasil, a preferência do Ministério da biossintética”, diz (veja ao lado). O executivo manifestou cautela quanto aos resultados do Victoza no tratamento da obesidade. A cautela tem razão de ser. O Victoza recebeu aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) e da Anvisa apenas para tratamento de pacientes de diabetes tipo 2. “É errado receitar o remédio para obesidade agora, uma vez que essa indicação não foi aprovada”, diz Schultz. Testes incompletos Segundo o executivo, “é verdade que os testes foram promissores, mas não foram completados”.
Parte desses testes foi realizada em centros de pesquisa brasileiros. Schultz frisa que o desenvolvimento de drogas para obesidade se mostrou muito difícil e, nos últimos anos, vários medicamentos de laboratórios diferentes não conseguiram aprovação pelos órgãos reguladores. “Nossos testes são promissores e somos otimistas de que, se conseguirmos aprovação, será um sucesso financeiro para a companhia, mas não especulamos até termos o resultado final”, afirma.
O Victoza pertence a uma classe de medicamentos que imita um hormônio chamado GLP-1, estimulando o pâncreas refeições, quando os níveis de açúcar no sangue estão altos. A perda de peso é atribuída ao fato de que o medicamento retarda o esvaziamento gástrico e aumenta a sensação de saciedade. Em pesquisas clínicas realizadas com 4,4 mil pacientes de 40 países, foi demonstrado que o medicamento controla melhor o açúcar do sangue do que outros tratamentos normalmente utilizados.
Além de favorecer a perda de peso, o remédio também promove um controle da pressão arterial. A perspectiva da Novo Nordisk é alcançar US$ 1 bilhão em vendas globais do Victoza em até cinco anos. Mas a companhia, que aplica cerca de 15% de seus lucros em pesquisa, ou US$ 2 bilhões, tem outros trunfos para aumentar as vendas nos próximos anos. Ela pretende obter a aprovação na Europa e nos Estados Unidos, já no ano que vem, do Degludec, um tipo de insulina basal, de ação ultra-lenta, que dura aproximadamente 40 horas, diferentemente daquelas atualmente no mercado, com ação entre 18 e 26 horas.
O Degludec também pode ser aplicado em horários diferentes em pacientes com diabetes tipo 2. Outra versão, o Degludec plus, pode ser usado em combinação com outras insulinas de ação ultrarrápida. Aceitação no brasil - 15 mil - unidades do remédio Victoza foram vendidas no Brasil em três meses, desde a sua aprovação para diabetes tipo 2 pela Anvisa Vendas No Mundo - US$ 1 bi -É a perspectiva de vendas globais do Victoza em até cinco anos. No primeiro semestre de 2011, as vendas chegaram a US$ 411 milhões Viagra e Zyban tinham outras finalidades Outros medicamentos foram desenvolvidos inicialmente com finalidades diferentes das aplicadas hoje.
Caso do Zyban e do Viagra.
O medicamento para ajudar a parar de fumar foi pesquisado inicialmente para tratar depressão e desequilíbrios químicos. E o medicamento para disfunção erétil surgiu inicialmente para tratar pacientes com angina.
Fonte: Brasil Econômico – São Paulo
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