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Hepatite C: Remédio novo custará quase 50 mil dólares!
O novo medicamento Incivek, aprovado no dia 23 de maio (segunda-feira), nos EUA, terá preço de atacado de U$ 49.200,00 para a dosagem completa de tratamento, que supre um período de 12 semanas.
O novo remédio e seu concorrente Victrelis (Boceprevir), que aumentam para até 79% a chance de cura da hepatite, são a primeira safra de agentes anti-virais diretos, a serem aprovados pelo “Food and Drug Administration” (FDA) dos EUA.
Os dois novos remédios aprovados para combater a hepatite C são motivo de comemoração para a Associação Brasileira de Portadores de Hepatite (ABPH).
O presidente da associação Humberto Silva diz que “observaremos uma verdadeira revolução na maneira em que a doença é tratada”.
Há mais de 20 anos o tratamento de hepatite C é realizado praticamente com os mesmos remédios – a Ribavirina e o Interferon, tomados em conjunto. Esses medicamentos não atacam diretamente o vírus, ao invés disso, provocam o próprio metabolismo do corpo para produzir uma quantidade de defesas naturais que sejam direcionadas a combater as infecções. Silva esclarece que até hoje a resposta ao tratamento ainda é em níveis baixos, principalmente para quem tem a hepatite C do genótipo 1. Calcula-se que não mais que 45% das pessoas tratadas, neste genótipo consigam a cura. Além disso, o tratamento é longo, de 1 ano de duração e com efeitos colaterais muitas vezes difíceis de suportar (febre, dores musculares, depressão, vômitos queda de cabelo e anemia).
Os médicos deverão escolher um dos novos remédios e acrescentá-lo ao tratamento convencional com o Interferon e a Ribavirina.
O Incivek, por exemplo, deverá ser administrado por um período de 12 semanas, juntamente com os outros dois tradicionais.
Após a 12ª semana o médico interromperá o novo remédio e seguirá apenas com os demais.
Tratamento mais curto- Silva esclarece que, além da chance de cura aumentar consideravelmente, o tratamento dos pacientes poderá ser reduzido pela metade do tempo, para até 60% das pessoas . Isto porque a resposta ao novo remédio não só é muito mais eficaz, como também é muito mais rápida.
“Quem faz o tratamento sabe bem o que é poder reduzir este tempo pela metade”, disse Humberto , que atualmente também recebe tratamento médico para a hepatite c. Pois reduzir o tempo de tratamento , significa reduzir o sofrimento com os efeitos colaterais. Efeitos adversos do novo tratamento-Tanto o Incivek como o Victrelis apresentam os mesmos efeitos colaterais: Erupções cutâneas (feridas vermelhas na pele também conhecidas como “rash”) e anemia. Quando chegam no Brasil-Os dois remédios já estão em fase de análise na Anvisa (órgão regulamentador de remédios no Brasil) e tem a sua aprovação esperada para até o final deste ano.
O preço, entretanto ainda é considerado extremamente elevado . E fica a expectativa para que no Brasil o Sus consiga suprir o remédio a toda população que necessite. A hepatite c é a maior epidemia do mundo, atualmente. Existem, ao todo, 200 milhões de pessoas infectadas no planeta. No Brasil são cerca de 3 a 4 milhões.
A doença, que age por vários anos, sem levantar suspeita, é conhecida como “o assassino silencioso” e já está entre as maiores causas de mortes por doenças no Brasil. A hepatite C produz a cirrose, a falência hepática e até câncer de fígado. Ela é hoje responsável por 80% dos transplantes de fígado realizados no país. A única maneira de prevenir (pois não existe vacina) é a de se realizar um teste rápido de detecção. A ABPH aconselha à população a pedir este exame para o médico , na próxima consulta. Há 3 milhões de pessoas contaminadas, que não sabem que estão doentes e só poderão conter a doença se fizerem o teste. Os grupos de risco são, principalmente, pessoas entre 30 e 65 anos. Os que receberam doação ou transfusão de sangue antes de 1992, profissionais de saúde, atletas, quem vai muito a dentistas ou quem tenha tatuagens, além de usuários de drogas injetáveis. A hepatite c não se transmite pelo sexo normal. [www.hepatite.org.br]. (Manchetes)
Fonte: Portal Fator Brasil
O começo da guerra pelo mercado de medicamentos da hepatite C
Uma luta de pesos pesados está começando no mercado de medicamentos para tratamento da hepatite C. Com a aprovação pelo FDA dos inibidores de proteases Incivek (telaprevir) e Victrelis (boceprevir) os fabricantes, tal qual no jogo de Xadrez, estão movimentando suas peças no tabuleiro do marketing para ganhar posições e tentar vencer o jogo do mercado.
Conforme o andamento dos ensaios clínicos para aprovação do Incivek (telaprevir) todo indicava que a Roche seria o canal de comercialização, mas a Johnson & Johnson que possui os direitos do Incivek (telaprevir|) na Europa, tomou a decisão de comercializar diretamente. Imediatamente a MSD, fabricante do Victrelis (boceprevir), realizou um acordo com a extraordinária força de vendas da Roche e juntas estarão comercializando o Victrelis.
O mercado total para os inibidores de proteases é estimado em até 10 bilhões de dólares. É impossível neste momento qualquer previsão sobre quais dos dois medicamentos estará a frente do mercado. MSD e Roche juntas serão a maior força de venda já imaginada na indústria farmacêutica, com a vantagem que os interferons peguilados existentes atualmente são da fabricação desses dois gigantes. Johnson & Johnson deverá pensar em estratégias eficazes já que não dispõe de um interferon peguilado próprio.
Se analisarmos os resultados dos ensaios clínicos podemos pensar que como eles selecionaram grupos diferentes de pacientes muito provavelmente cada medicamento terá supremacia nesses grupos já comprovados. O Incivek (telaprevir|) focou a maioria dos ensaios clínicos em pacientes nunca antes tratados, já o Victrelis (boceprevir) foi direcionado ao retratamento dos não respondedores. Acredito pessoalmente que esses dois mercados já estarão praticamente definidos, podendo até prever (com grande margem de erro) que cada um será líder nesses grupos específicos de pacientes.
Ainda, os dois medicamentos possuem formas de administração totalmente diferentes. O Incivek (telaprevir) é utilizado nas primeiras 12 semanas do tratamento e o Victrelis (boceprevir) é administrado a partir da semana 4 e até o final do tratamento. Isso certamente influenciara na decisão da indicação médica. Qual será a preferência dos médicos ainda permanece uma incógnita. Mas o maior problema será o preço. Foi divulgado está semana que o preço de referencia nos Estados Unidos será de 49.200.- dólares para o tratamento com o Incivek (telaprevir) e de 48.400.- dólares para o tratamento com o Victrelis (boceprevir). A esse custo devemos ainda somar os custos com o interferon peguilado e a ribavirina, já que ambos os medicamentos devem ser utilizados conjuntamente, assim, o custo final do tratamento mais que dobra em relação ao custo atual.
O preço referencia não necessariamente será o verdadeiro preço de venda ao público, aos planos de saúde ou aos governos, devendo ainda se considerar que em outros países os preços de referencia poderão ser diferentes. Muitas negociações serão abertas e a luta pela supremacia do mercado certamente estará reduzindo os preços de venda em curto prazo.
Confesso que fiquei decepcionado com os preços fixados, mas devemos considerar que o prazo para que as empresas recuperem os bilhões de dólares gastos com o desenvolvimento dos medicamentos será muito curto, de no máximo três ou quatro anos, período em que estarão chegando novos medicamentos que já se encontram em fases avançadas de desenvolvimento, com o que vai aumentar a concorrência ou até conseguir que alguns medicamentos sejam retirados do mercado. Pelo andamento das pesquisas a Bristol-Myers Squibb deverá ser a próxima a chegar ao mercado. Mas ainda fico me perguntando se os que chegarem no futuro terão preços iguais ou superiores aos fixados para o Victrelis e o Incivek.
Nos Estados Unidos, acredito que isso também vai acontecer em outros países, tanto a MSD como a Vertex se comprometeram a auxiliar pacientes de menores recursos com programas de assistência pelos quais poderão conseguir um preço reduzido. Mas cada país possui um sistema público de saúde diferente, assim, a estratégia comercial não será única e sim adaptada a cada país. Devemos aguardar pelo menos até o primeiro semestre de 2012 para sabermos como os medicamentos poderão chegar aos pacientes.
A guerra pela supremacia do mercado não é um problema dos pacientes. O preço dos novos medicamentos pode ser caro, mas o beneficio imediato que a hepatite C estará conseguindo é que os fabricantes estarão aumentando os esforços para lograr uma maior conscientização sobre a hepatite C. Como resultado estaremos não somente salvando milhares de vidas, também, conseguiremos diminuir a discriminação e o estigma que ainda carrega a doença.
Quando esses novos medicamentos estarão disponíveis no Brasil para tratamento gratuito no SUS é a pergunta que por enquanto não encontra resposta. . Por: Carlos Varaldo, Presidente do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite.[E-mail: [email protected] | Site: www.hepato.com. (Manchetes)
Fonte: Portal Fator Brasil
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