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Novo Nordisk traz o Victoza e prevê elevar venda no país
Chega ao Brasil a nova grande aposta da farmacêutica multinacional Novo Nordisk. O medicamento para controle do diabetes do tipo 2 Victoza é considerado pela empresa seu novo 'blockbuster': até o fim do ano, as projeções da dinamarquesa apontam vendas de US$ 1 bilhão no mundo. E a companhia conta com seus negócios no Brasil, um dos mercados emergentes com a economia em alta, para esse impulso.
"Nossas expectativas são muito promissoras com esse produto", afirmou ao Valor o gerente-geral da Novo Nordisk no Brasil, Gustavo Mizraje. Argentino, de 43 anos, o executivo ocupa o mais alto cargo da subsidiária no país. Ele estima que, impulsionados pelo Victoza, os resultados brasileiros deverão crescer 30% neste ano.
Parte dessas projeções otimistas já foram confirmadas. Depois de mais de dez anos de desenvolvimento, no segundo semestre de 2009 o medicamento foi lançado na Europa e, a partir de então, os lançamentos passaram para os EUA, Argentina e México. Hoje, já é comercializado em 35 países. No ano passado, as vendas do Victoza somaram US$ 400 milhões.
O potencial do mercado para produtos contra o diabetes é grande, informa a empresa, que chegou no Brasil em 1990 e em 2002 comprou a Biobrás, até então único produtor nacional de insulina. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com diabetes que, em 2000, somava 150 milhões, chegou a 285 milhões em 2010 e deve avançar para 435 milhões em 2030. No Brasil, hoje há 7,6 milhões de pessoas com diabetes. Do total de diabéticos, 90% são do tipo 2.
Produzido na Dinamarca, o novo medicamento começou a ser comercializado neste mês no Brasil. Segundo Mizraje, não há, por enquanto, a intenção de fabricá-lo no país, que abriga em Montes Claros (MG) o segundo maior parque industrial da multinacional, depois da matriz. A produção na unidade dinamarquesa seria suficiente para atender a demanda projetada pelo produto globalmente.
Além do setor privado, a empresa quer também atingir o governo brasileiro, que distribui medicamentos contra o diabetes gratuitamente à população. A Novo Nordisk é o único fornecedor de insulina humana para o Ministério da Saúde após ganhar licitações em 2009 e 2010. As vendas ao governo respondem por 80% da sua receita no país. A empresa não informa o valor, mas hoje o mercado brasileiro representa para a multinacional 32% das vendas na América Latina. Enquanto a região cresceu 28% em 2010, a subsidiária no país cresceu 55%.
No mercado privado, medido pela IMS Health, a empresa informa que tem 45,8% de participação das vendas em insulinas modernas, que é seu segmento de ponta.
Do faturamento global - que somou US$ 11,5 bilhões no ano passado -, as vendas de produtos para tratamentos do diabetes representaram mais de 70%. "Mas essa proporção deve aumentar com a entrada do Victoza", informou Mizraje. Além desses produtos, a companhia tem tratamentos para hemofilia e hormônios do crescimento.
No entanto, a grande parte dos investimentos são direcionados para a produção de insulinas.
As principais concorrentes no mercado de diabetes, a Eli Lilly e a Sanofi-Aventis, atuação com material importado e também estão se voltando para novas aplicações e formatos de tratamento. A grande expectativa é o desenvolvimento da insulina na forma de comprimido. "Já temos um projeto para isso, que está na fase I de desenvolvimento ", informou.
Fonte: Valor Econômico – SP - Vanessa Dezem e Ivo Ribeiro
Contexto
Fonte: Valor Econômico – SP
O novo tratamento da Novo Nordisk para diabetes do tipo 2, o Victoza, será vendido no formato de caneta injetável, contendo doses suficientes para 15 dias. O preço ao consumidor do pacote com duas canetas vai variar de R$ 360 a R$ 390, sem as agulhas, incluindo impostos sobre o produto.
A aposta da multinacional dinamarquesa está muito relacionada às características do produto. A Novo Nordisk vende o Victoza (cujo princípio ativo é o Liraglutida) como uma solução terapêutica que controla a glicemia, mas também ajuda na perda de peso, queda da pressão arterial e melhora a proliferação e a função das células betas, que sintetizam e secretam a insulina. "Não achamos que ele vai substituir a insulina, mas a aplicação do medicamento pode reduzir o uso da insulina para os pacientes", disse Gustavo Mizraje, gerente-geral da Novo Nordisk no Brasil.
O diabetes é uma doença caracterizada pelo aumento da quantidade de açúcar no sangue, por falta de produção ou dificuldade na ação da insulina. O diabetes tipo 2 ocorre quando a insulina produzida pelas células do pâncreas não é suficiente ou não age de modo adequado.
O foco da multinacional é a classe das chamadas insulinas modernas. Esse tipo de insulina não é a cópia fiel do composto produzido pelo nosso organismo - como é a insulina humana. Na moderna, se altera estruturas para alguns objetivos, como torná-la de mais rápida ação.
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