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HIVBr18 passou por checagens de laboratório com resultados inéditos. Pesquisa iniciada em 2002 espera verba para teste com macacos.
Daniela S. Rosa, Edecio Cunha-Neto, Susan Ribeiro e Eliane Mairena no Laboratório de Imunologia Clínica e Alergia da USP, semana passada. Em Paris nesta semana, para apresentar os resultados da vacina HIVBr18 (Foto: Daigo Oliva/G1)
Nenhum conceito de vacina contra a Aids usa as premissas que estamos usando. Ela merece chegar a ensaio clínico"
Cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) estão desenvolvendo uma vacina contra o HIV, o vírus da Aids, baseados em um plano só testado no Brasil. De aproximadamente 200 conceitos de imunizantes anti-HIV imaginados ao longo de 25 anos de luta contra a doença, o desenho da HIVBr18 é o único que mira “regiões conservadas” do vírus – trechos que não passam por mutações. Com a identificação desses alvos fixos, o imunizante brasileiro pode chegar a ser mais eficaz do que os quase 30 que passam atualmente pelo crivo dos ensaios clínicos.
O problema, como sempre, é dinheiro para seguir o ritual obrigatório de checagens. Iniciado em 2002, o projeto consumiu R$ 1,2 milhão e agora precisa de US$ 600 mil só para fazer um tira-teima com macacos-resos na Universidade de Wisconsin – não há centros de primatologia no Brasil capacitados para assumir essa etapa. O degrau é pré-requisito para a necessária – e custosa – sequência de ensaios clínicos, os testes humanos propriamente ditos. São três fases, divididas basicamente pelo número de voluntários participantes. Para que se tenha uma ideia, são necessários US$ 50 milhões a US$ 150 milhões para tocar uma fase 3.
“Nenhum conceito de vacina contra a Aids usa as premissas que estamos usando. Ela merece chegar a ensaio clínico”, disse ao G1 o especialista Edecio Cunha-Neto, chefe do Laboratório de Imunologia Clínica e Alergia da USP e da equipe que desenvolve a nova vacina. “Além disso, nós temos a propriedade intelectual da vacina, pois, até o momento, o desenvolvimento foi totalmente realizado em nosso País.” A patente da HIVBr18 foi depositada no Brasil em setembro de 2005, e nos Estados Unidos e na União Europeia em 2007. Etapas do estudo estão sendo apresentadas pelos brasileiros nesta terça-feira (20) e amanhã em Paris, no Congresso Aids Vaccines 2009.
Fonte: www.g1.com.br
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