FLUCONAZOL (Medley).
Indicação
Antimicótico.
MECANISMO DE AÇÃO
Sua ação fungistática está relacionada com a inibição da biossíntese do ergosterol de origem fúngica, através da inibição do 14-a-demetilase, presente na membrana celular, impedindo com isto o crescimento fúngico.
INDICAÇÕES
O Fluconazol está indicado para o tratamento das micoses superficiais e nas profundas.
Entre elas temos: Criptococose: nas formas meníngea, pulmonar e cutânea, como terapêutico e profilático em pacientes hígidos e imunossuprimidos.
Candidíases: vaginais, da orofaringe em pacientes imunossuprimidos e hígidos.
Micoses superficiais da pele e anexos: Onicomicoses; Tinha do pé, da região crural, do corpo; Pitiríase versicolor.
Prevenção de infecções fúngicas em pacientes com doenças malignas e que estão predispostos a tais infecções devido a quimioterapia citotóxica ou radioterapia.
POSOLOGIA
Devido as suas características farmacocinéticas, o Fluconazol se mantém em níveis terapêuticos por vários dias. A duração do tratamento deve ser valorizado dependendo do tipo e da gravidade do quadro.
• Cândida vulvovaginal: 150 mg/dia 1 dia - dose única. Em pacientes com história recorrente, uma dose oral de 150mg pode ser de 30/30dias.
• Candida oral / cutânea: 150 mg/ semana 1 a 4 semanas;
• Onicomicoses: 150 mg/ semana 3 a 6 meses;
• Tinhas: 150 mg/ semana 2 a 4 semanas;
• Pitiríase versicolor: 150 mg/ semana 2 a 4 semanas.
CONTRA-INDICAÇÕES: em pacientes com antecedentes de quadros de
sensibilidade ao Fluconazol ou derivados azólicos como o cetoconazol, itraconazol e miconazol.
REAÇÕES ADVERSAS
O Fluconazol é geralmente é bem tolerado, mas há relatos de casos graves de hepatotoxicidade (necrose, hepátite, colestase, insuficiência hepática fulminate) incluindo mortes em, pacientes recebendo fluconazol.
• Sintomas mais freqüentes: dor abdominal, náuseas, vômitos, constipação, flatulência.
• Sintomas menos freqüentes: tontura, sonolência, cefaléia, perda de apetite, dor epigástrica, diarréia, dermatite alérgica, reação alérgica, urticária, exantema, febre medicamentosa.
• Sintomas raros, ou muito raros: distúrbios psiquiátricos, delírio, convulsão, icterícia, hepatotoxicidade, deramtite esfoliativa, síndrome de Stevens-Johnson, trombocitopenia, anemia, leucopenia.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
O fluconazol aumenta significativamente as concentrações plasmáticas de alprazolam, amitriptilina, amprenavir, buspirona, cafeína, cisaprida*, ciclosporina, diazepam, estatinas (lovastatina, fluvastatina, pravastatina, atorvastatina e sinvastatina com o risco de rabdomiólise), felodipina, metadona, midazolam, quinidina, sulfoniluréias (glipizida, tolbutamida, outras), tolbutamina, tracolimus, triazolam, teofilina (a possibilidade de intoxicação por Teofilina deve ser considerada), telitromicina e varfarina.
Recomenda-se, portanto, uma monitoração das concentrações desses medicamentos.
Anticoagulantes orais: aumento da resposta hipoprotrombinêmica, com risco de sangramentos.
Anticoncepcionais orais: O Fluconazol aumenta os níveis séricos dos estrógenos e progestágenos dos anticoncepcionais, porém, este aumento não interfere na eficácia dos anticoncepcionais.
Astemizol: prolongamento do intervalo de QT com surgimento de arritmias cardíacas graves.
Carbamazepina: aumenta as concentrações da carbamazepina, com possibilidade de efeitos tóxicos.
Celecoxid: aumento dos efeitos do antiinflamatório.
*Cisaprida: foram relatados eventos cardíacos, incluindo torsade de pointes, em pacientes recebendo fluconazol concomitantemente com cisaprida.
A coadministração de cisaprida é contra-indicada em pacientes recebendo fluconazol.
Fenitoína: redução acentuada da concentração plasmática do fluconazol.
Hidroclortiazida: O aumento dos níveis de fluconazol não interfere na sua ação e efeitos colaterais, porém, este fato deve ser considerado em pacientes que irão fazer uso crônico de Fluconazol.
Losartan: redução das concentraçõesdos metabólitos ativos do losartan com possibilidade de redução de sua eficácia.
Rifabutina: existem relatos de aumento nos níveis séricos da rifabutina. Também de uveíte em pacientes nos quais a rifabutina e o fluconazol estavam sendo co-administrados.
Pacientes devem ser cuidadosamente monitorados.
Rifampicina: redução da concentração plasmática do fluconazol; redução da concentração plasmática da rifampicina.
A administração de fluconazol concomitantemente à rifampicina resulta em uma redução de 25% a 30% na meia-vida de fluconazol.
Em pacientes que estejam recebendo terapia concomitante à rifampicina deve serconsiderado um aumento da dose de fluconazol.
Terfenadina: aumento do intervalo de QT, com risco de arritmias cardíacas graves.
É contra-indicado o uso combinado de fluconazol em doses de 400 mg ou mais com terfenadina. A co-administração de fluconazol, em doses menores que 400 mg por dia, com terfenadina deve ser cuidadosamente monitorada.
Tracolimo: existem relatos de nefrotoxicidade em pacientes nos quais o tacrolimo e fluconazol estavam sendo co-administrados.
Zidovudina: Os pacientes devem ser monitorados devido ao desenvolvimento de reações adversas relacionadas à zidovudina.
Os pacientes que receberem mais de 400mg/dia ou aqueles com azotemia queapresentam níveis sanguíneos elevados de fluconazol que podem exibir interações medicamentosas que não são observadas em outras circunstâncias.
Os fármacos que reduzem a acidez gástrica não reduzem siginificativamente os níveis de fluconazol.
O uso de fluconazol em pacientes recebendo concomitantemente com fármacos metabolizados pelo sistema do citocromo P450 pode ser associado a elevações nos níveis séricos desses fármacos. Os pacientes devem ser cuidadosamente monitorados.
RISCO NA GRAVIDEZ: Categoria C do FDA - possível ação teratogênica. Não deve ser prescrito para mulheres grávidas.
AMAMENTAÇÃO: encontrado no leite materno em concentrações similares à do plasma - não deve ser prescrito para mulheres que estejam amamentando.
INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: A utilização em crianças não está completamente esclarecida - sua prescrição em crianças menores de 16 anos, assim como neonatos, deve ser criteriosamente feita pelo médico.
HEPATOPATAS: não há necessidade de correção da dose - metabolização hepática mínima.
NEFROPATAS: Eliminação quase que exclusivamente renal, deve-se conhecer a
função renal dos pacientes que serão submetidos a tratamentos longos com Fluconazol. Como de regra, pode-se considerar que tratamentos com dose única ou profilática mensal, não necessitem de correção da dose. Em tratamentos mais prolongados, com uso semanal ou diário, aconselha-se a redução de 50% da dose ou a duplicação do intervalo de administração em pacientes com depuração de creatinina entre 21 a 50 ml/ min.
Em pacientes com depuração de creatinina entre 11 e 20 ml/ min o intervalo entre as administrações deve ser quadruplicado ou a dose reduzida a ¼ . Para pacientes em esquema de diálise deve-se administrar uma dose total no final do procedimento de diálise.
ATENÇÂO: O tratamento de casos de infecções fúngicas como candidíase sistêmica grave, Cryptococus neoformans e tratamento de blastomicose, coccidioidomicose e histoplamose que são seguidos em ambulatórios específico.
O programa de DST/AIDS atende aos pacientes no tratamento das infecções fúngicas sistêmicas em imunossuprimidos.